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sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Jogos cooperativos e Educação Física


O interesse de trabalhar jogos cooperativos surgiu a partir das observações dos estágios supervisionados que antecederam esse. Com tais observações pude notar certa dificuldade dos alunos em trabalhar em equipe.
De acordo com Coletivo de autores (1992), o jogo atende uma necessidade do ser humano em especial a da ação e a do prazer. O jogo como conteúdo nas aulas de educação física precisa possibilitar um maior repertório de movimentos corporais e estimular o cognitivo por proporcionar as crianças situações de tomada de decisões rápidas e resoluções de problemas criadas durante a atividade.
Quando a criança joga, ela age com o significado das suas ações, o que a faz desenvolver sua vontade e ao mesmo tempo tornar-se consciente das suas escolhas e decisões. Sendo o jogo um elemento básico para a mudança das necessidades e da consciência. (COLETIVO DE AUTORES, 1992)
Concordo com De Marco (1995) quando ele diz que a educação física deve ser um espaço educativo privilegiado para a promoção das relações interpessoais, da auto-estima e da autoconfiança buscando valorizar o que cada um é capaz de fazer em prol de suas possibilidades e limitações.
O surgimento da educação física se deu desde os tempos primitivos, quando o homem necessitava correr dos animais predadores, pular para pegar alimentos, carregar pesos, arremessar objetos para caçar. Aos poucos, percebeu que seu preparo físico garantiria melhores condições de vida, tanto para trabalhar, interagir e se divertir. Nas práticas esportivas, nos jogos recreativos ou nos jogos com disputas, os participantes aprendem a lidar com sentimentos de perda, frustração, ansiedade, paciência, respeito ao próximo, dentre outros, além de ter que aprender a esperar sua vez. (COLETIVO DE AUTORES, 1992)
Segundo Coletivo de autores (1992), o trabalho pedagógico desenvolvido na Educação Física deve estar voltado para a construção da cidadania dos sujeitos, formando elementos críticos e participativos no meio social em que estão inseridos. Seu principal objetivo deve ser de que o aluno adquira a qualificação sócio, histórico e cultural necessária para promover o desenvolvimento de uma racionalidade critica autônoma e participativa.
 Existem duas posições teóricas frente à Educação Física escolar, uma considera o qualitativo escolar, partindo do principio de que o termo Educação Física refere-se somente à disciplina que se oferece na instituição escolar. A outra considera a Educação Física abrangendo diversas práticas sociais e que a Educação Física escolar é uma das diferentes práticas que envolvem a Educação Física. (COLETIVO DE AUTORES, 1992)
Oliveira (apud CAPARROZ, 1966), procurando sintetizar uma definição para seu questionamento sobre o que é Educação Física?, responde que a educação física enquanto processo individual, desenvolve potencialidades humanas, na forma de fenômeno social ajuda este homem a estabelecer relações com o grupo a que pertence.
Oliveira (apud CAPARROZ, 1966), parte da perspectiva de que a Educação Física refere-se a práticas sociais diversificadas e não apenas como exclusiva à instituição escolar.
Já Cunha (apud CAPARROZ, 1966), discute a Educação Física como um ato pedagógico, enquanto educação. Faz uma discussão etimológica do termo resgatando sua origem no latim educare – aquilo que se oferece a alguém, e educere – que expressa à intenção de conduzir para fora, fazer aflorar, provocar a expressão. Desse modo aponta que na direção de uma análise semântica, há uma perspectiva ambígua, já que trazem significados diferentes sem ser opostos. Assim educare é a intenção de formar o individuo de maneira a adaptá-lo de maneira satisfatória a sua condição social preexistente. Educere revela a perspectiva de libertar as potencialidades ocultas no individuo, sendo dependentes de estímulos para desenvolver-se.
Weissler (apud CAPARROZ, 1966) afirma que a educação é o componente do processo educacional que utiliza a atividade predominantemente física como meio principal. Podendo ser aplicável a qualquer faixa etária, grupo social ou ambiente, dentro e fora da escola. Apresenta como elementos característicos a atividade física, a instrução, sistematização e existência de objetivos educacionais.
Segundo Bracht (1989), o termo educação física inclui as atividades pedagógicas, tendo como tema o movimento corporal e que toma lugar na instituição educacional. Bracht encara o termo educação física como exclusivo a escola, sendo redundante falar em educação física escolar.
Huizinga (1951) caracteriza o jogo como elemento da cultura, destacando o caráter não sério, o prazer, a liberdade, o caráter fictício ou representativo e sua limitação no tempo e no espaço.
De acordo com Coletivo de autores (1992), o jogo atende uma necessidade do ser humano em especial à da ação e a do prazer. O jogo como conteúdo nas aulas de educação física precisa possibilitar um maior repertório de movimentos corporais e estimular o cognitivo, por proporcionar as crianças situações de tomada de decisões rápidas e resoluções de problemas criadas durante a atividade.
Através das observações feitas nas aulas de Educação Física, pude notar que os alunos da 4º ano “A” sentem dificuldade de trabalhar em equipe.  Para ajudar no processo de aprendizagem da cooperação trago alguns autores que falam sobre o jogo cooperativo no ambiente escolar.
Segundo Coletivo de autores (1992), o jogo é uma invenção do homem, um ato em que sua intencionalidade e curiosidade resultam num processo criativo para modificar, imaginariamente, a realidade e o presente.
Quando a criança joga, ela age com o significado das suas ações, o que a faz desenvolver sua vontade e ao mesmo tempo tornar- se consciente das suas escolhas e decisões. Sendo o jogo um elemento básico para a mudança das necessidades e da consciência. (COLETIVO DE AUTORES, 1992).
Um dos precursores na temática da cooperação foi Orlick (1989) que afirma que a origem dos jogos cooperativos começou há milhares de anos atrás quando membros de comunidades tribais se reuniam para celebrar a vida.
Brotto (1999) diz que os jogos cooperativos nasceram da preocupação com o exagerado valor imposto ao individualismo e a competição na cultura ocidental.     O autor cita que desde metade do século XX já existiam pesquisas e publicações sobre jogos com enfoque na cooperação.
Quanto ao conceito de jogos cooperativos, Brown (1994) trás que os jogos “são centrados na união e não no uns contra outros”. Tal conceito é compartilhado por Brotto (1999), que destaca o jogo com estrutura cooperativa como um processo de superação de desafios e busca de objetivos comuns.
Segundo Orlick (1978), os jogos cooperativos foram criados para que crianças e adultos pudessem jogar de maneira divertida enquanto aprendessem coisas positivas a respeito de si mesmas, dos demais com que jogam e do modo como se comportam no mundo.
Orlick (1978) caracteriza os jogos cooperativos como jogos nos quais todos os participantes cooperam, vencem e nenhum deles perde se tornando uma alternativa aos jogos competitivos.
Vivemos em uma sociedade extremamente competitiva, ficando cada vez mais difícil tratar assuntos de solidariedade, cooperação e união, com as pessoas. No ambiente escolar podemos perceber nas aulas de Educação Física que tais valores vêm sendo esquecidos e substituídos pelos da competição. Neste sentido ministrar o conteúdo jogos cooperativos será um desafio frente à competição que já faz parte da vida do ser humano.

Um comentário:

  1. Muito legal a sua proposta em trabalhar a questão da cooperação durante as aulas de educação física, pois esse é um dos principais problemas enfrentados pela educação física escolar, visto que muitos professores dão ênfase apenas as características individuais dos alunos, principalmente através de conteúdos esportivos.

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